Médico formado pela Escola Paulista de Medicina/Unifesp, faz parte do corpo clínico do Hospital Santa Catarina, onde foi diretor-clínico. Escreve aos sábados.
Sérgio Lima/Folhapress
Elitones Ribeiro de Souza, 65, foi paciente e depois trabalhou como guarda em colônia de hanseníase
Amanhã, como em todo último domingo de janeiro desde 2009, será celebrado no Brasil o Dia Mundial de Combate e Prevenção à Hanseníase. A data enfatiza o compromisso dos médicos dermatologistas em controlar a doença, promover o diagnóstico precoce e tratamento corretos, divulgar informações e em desfazer o preconceito sobre a enfermidade, segundo comunicado da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia).
O Brasil tem 30 mil pacientes novos diagnosticados por ano e ocupa o segundo lugar no mundo em número de doentes, dos quais cerca de 6% são crianças e adolescentes, refere a SBD.
A hanseníase é uma doença provocada pelo bacilo de Hansen, identificado por Gerhard Hansen em 1873. O atual tratamento, realizado nas UBS (Unidades Básicas de Saúde), é eficiente e evita a disseminação da infecção.
Segundo o médico Egon Daxbacher, coordenador do departamento de hanseníase da SBD, a transmissão da doença se dá por contato próximo e contínuo com doente não tratado.
Por isso é importante aos familiares e pessoas próximas a um doente procurarem uma UBS quando for diagnosticado um paciente com hanseníase na família. O diagnóstico é feito por um dermatologista.
A evolução da doença está relacionada às defesas do sistema imunológico. A bactéria pode ficar adormecida no organismo por longo período, de dois a sete anos, explica Daxbacher. Inicialmente a pele pode apresentar manchas pelo corpo, insensíveis ao calor, frio ou toque ou exibir placas ou caroços pelo corpo, entre outros sinais.