A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deflagrou, nesta sexta-feira (1º de agosto), a Operação Amparo, marcando o início das ações do Agosto Lilás, campanha nacional de enfrentamento à violência contra a mulher. A operação, realizada em todo o estado, resultou na prisão de 47 suspeitos, no cumprimento de 88 mandados de busca e apreensão e na realização de quase 600 visitas tranquilizadoras a vítimas já assistidas pela corporação.

A mobilização envolveu cerca de 600 policiais civis, inclusive integrantes da Coordenadoria de Operações Estratégicas (COE), além do uso de 200 viaturas em diferentes regiões de Minas Gerais. A iniciativa tem como principal objetivo a responsabilização de agressores e o fortalecimento da rede de proteção às mulheres vítimas de violência.

Rompendo o silêncio

Durante a apresentação dos resultados, a chefe da Polícia Civil de Minas Gerais, delegada-geral Letícia Gamboge, destacou que o lema da campanha deste ano — "Quebre o ciclo da violência contra a mulher" — reforça a importância da denúncia.

“O silêncio pode até matar, e quaisquer situações que configurem alguma forma de violência — física, emocional, patrimonial ou moral — devem ser denunciadas. O mais importante é que não haja silêncio por parte da mulher vítima, porque as forças de segurança, em especial a PCMG, não tolerarão esse tipo de violência”, afirmou a delegada.

Gamboge também ressaltou os esforços institucionais para qualificar o atendimento às vítimas e ampliar as ações de repressão aos agressores. Ela relembrou o lançamento, em fevereiro, do programa PCMG Por Elas, voltado à estruturação de medidas específicas no combate à violência contra a mulher.

Estrutura especializada

Atualmente, Minas Gerais conta com 70 Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (Deams), além das delegacias comuns que também acolhem denúncias nos municípios onde não há Deam. A delegada destacou as recentes adequações estruturais dessas unidades e a criação dos Núcleos Especializados de Atendimento à Mulher, já instalados em Andradas, Lagoa Santa e Conceição das Alagoas, com novas unidades previstas para Mariana e Coronel Fabriciano.

A PCMG também mantém em Belo Horizonte a Casa da Mulher Mineira, espaço destinado ao acolhimento das vítimas e articulação com a rede assistencial, além do Núcleo de Combate ao Feminicídio, que atua no Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

A capacitação contínua dos servidores da corporação também é uma prioridade, com cursos específicos oferecidos pela Academia de Polícia Civil (Acadepol).

Redução do feminicídio

Letícia Gamboge apresentou indicadores que apontam uma queda de 9,64% nos casos de feminicídio no estado no primeiro semestre de 2025, em comparação com o mesmo período de 2024 — de 83 para 75 ocorrências. Ela também destacou que mais de 37 mil expedientes de medidas protetivas foram encaminhados ao Judiciário somente neste ano.

A Operação Amparo reforça o compromisso da Polícia Civil de Minas Gerais com o enfrentamento à violência de gênero e o acolhimento das vítimas, somando esforços institucionais à conscientização da sociedade.

Denúncias podem ser feitas pelos canais: Disque 180, Disque 181, 197, 190, Delegacia Virtual ou presencialmente nas unidades da Polícia Civil.

Fonte da matéria: Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG)
Foto: PCMG / Divulgação