O número de mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) em decorrência da gripe aumenta a cada semana. Dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES), divulgados nesta quinta-feira, mostram que 159 pessoas já perderam a vida neste ano em Minas Gerais. A estatística é a pior dos últimos sete anos. Fica atrás apenas de 2012, quando foram registrados 214 óbitos.
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A maioria das mortes registradas em 2016 foi causada por Influenza A: 106, o que corresponde a 66,6%. Outros 47 foram por Influenza A não subtipado, três por influenza B, sendo um morador do estado de São Paulo, e três que não foram classificados. Nesses casos, segundo a SES, não foi possível realizar o exame laboratorial, mas os pacientes tinham vínculo com pessoas que tiveram influenza.
A situação pode ser ainda pior. Isso porque, a Secretaria de Saúde ainda aguarda exames de 85 pacientes que morreram. O número total de notificações de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) chegou a 4.035 desde janeiro, sendo que 446 relacionados ao vírus influenza.
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Os dados das mortes mostram um aumento em relação aos últimos anos. Para se ter uma ideia, no ano passado foram registrados 89 casos de SRAG por influenza, sendo que 15 pacientes morreram. Em 2014, foram 152 casos com 36 mortes. Em 2013, o estado também registrou alta de pessoas com gripe. Foram 661 notificações, com 148 óbitos. O ano mais fatal da gripe foi em 2009, quando 1.270 pessoas foram afetados por vírus e 214 morreram.
Segundo a secretaria, os casos de gripe são comuns durante todo o ano, mas ficam mais frequentes no outono e no inverno, quando as temperaturas diminuem, especialmente nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. O normal é que a maioria dos casos de gripe se resolva espontaneamente, sem a necessidade de intervenções hospitalares. Porém, grupos de risco, como crianças e idosos, estão mais suscetíveis a complicações e, por isso, a notificação dos diagnósticos de Síndrome Respiratória Aguda Grave é compulsória em Minas.
Segundo a infectologista Virginia de Andrade Zambelli, o aumento acontece por causa da chegada precoce do vírus. “Já esperávamos um aumento, porque o vírus começou a circular mais cedo, antes da campanha de vacinação”, explica. “O que consideramos é que já havia várias pessoas que passaram por um tempo imunizadas, por contagio prévio com o vírus ou por vacinação. Ficamos um tempo com o vírus com circulação mais baixa e este ano voltou a circular. Acabou que pegou as pessoas que estava suscetíveis”, completou.
Entre as principais medidas para evitar a gripe está a lavar as mãos com frequência, utilizar álcool em gel, cobrir a boca com o antebraço ou lenço de papel quando for tossir ou espirrar (evitando usar as mãos), evitar tocar os olhos, boca e nariz após contato com superfícies; não compartilhar objetos de uso pessoal e manter os ambientes bem ventilados.